Homenagem ao Enólogo João Ribeiro Corrêa Gostava de correr pela manhã, entre as vinhas, antes de ir trabalhar. E depois, em cada vinho que fazia, punha as mão, a arte e o coração inteiro. De poucas palavras, discreto, indiferente a vaidades, gostava de coar porque era ali, dizia, no silencia, a ver tudo de cima, que se sentia mais perto do céu. João, pai, Sr. Engenheiro, filho, irmão, tio, amigo, fosse quem fosse para nós, deixa-nos a marca que, como um bom vinho, fica na boca e na memória muito depois de o bebermos. E a lição de teimosia, de lutar sempre, mesmo sem esperança de vencer, como na última batalha que travou. “Lutei ferozmente noite e dia apesar de saber que quanto mais lutava mais perdia. E mais funda sentia a dor de me perder”, dizia o seu poema preferido. Mas não se perdeu. Apenas sobrevoa tranquilo até nos voltarmos a encontrar.